sexta-feira, dezembro 12, 2025

UM HOMEM QUE DEDICOU PARTE DA SUA VIDA A CASTELO BRANCO

MANUEL DA SILVA CASTELO BRANCO

Sendo Manuel da Silva Castelo Branco o autor do trabalho que estou atualmente a publicar no blog, não podia deixar de publicar o que consegui descobrir sobre ele. Nesta pequena biografia (pois não consegui encontrar muitos dados sobre ele), podemos constatar através dos seus trabalhos publicados sobre a terra Albicastrense, que nutria por ela um enorme amor.

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Nasceu a 28 de fevereiro de 1928 na da freguesia da Orca, concelho do Fundão. Foi presidente da autarquia albicastrense entre 1970 e 25 de abril de 1974. Em 1998 foi figura central da sessão solene que se realizou em Castelo Branco, a propósito das 
comemorações dos 227 da elevação a cidade da “notável vila de Castelo Branco. Detentor de um invejável  currículo, dedicou muito do seu tempo à investigação da história de Castelo Branco e da Beira Baixa. 
Nessa cerimonia, o então presidente da Camara Municipal, Joaquim Morão, teceu-lhe rasgados elogios. 
Manual da Silva Castelo Branco demonstrou à época perfeitos conhecimentos dos quadrantes fundamentais para o desenvolvimento deste concelho. Fornecer à cidade e a todo o concelho água e 
eletricidade em condições satisfatórias, estabelecer e melhorar as indispensáveis vias de comunicação e transporte, de ligação a todas as freguesias anexas, bem como a outros centros mais importantes. Já 
faziam parte das suas metas a alcançar nesse tempo. Favorecer a instalação de indústrias era outro dos seus objetivos lembrados nesse aniversario da cidade, bem assim como de empreendimentos turísticos. 
Outra das metas que nessa altura foram salientes e nas quais o empenho de Manuel da Silva Castelo Branco foi bastante, segundo o próprio reconheceu nesse mesmo dia em declarações prestadas ao 
Reconquista, foi “diligenciar pela criação de estabelecimentos de ensino de grau superior, a fim de proporcionar aos estudantes a ambicionada dolarização de um modo mais acessível. 
Defensor de uma extensa lista de trabalhos sobre a sua cidade, foi apresentado nessa altura ainda como
”o precursor da atual Zona Industrial da cidade”, uma vez que no seu mandado à frente da autarquia “procedeu á compra de uma parcela de terreno de 260 hectares tendo em vista a implantação de um vasto 
plano de desenvolvimento com o objetivo de transformar Castelo Branco numa das mais desenvolvidas, belas e prosperas cidades do interior dopais”. “Esta é uma terra da qual as pessoas podem ter orgulho”, disse na mesma ocasião Manuel da Silva 
Castelo Branco, lembrando que “conservo acima de tudo no coração as muitas amizades que aqui fiz” Manuel da Silva Castelo Branco é autor de uma vasta lista de obras sobre Castelo Branco, das quais das 
quais consegui descobrir as seguintes:

- Alcaides-mores de Castelo Branco, Amor e a Morte... nos antigos Registos Paroquiais Albicastrenses, - -
Assistência aos doentes na Vila de Castelo Branco e seu termo, entre finais do Séc. XV e começos de 1806 até 1836.
- Familiares do Santo Ofício em Castelo Branco.
- Heráldica dos Bispos de Castelo Branco.
- Retratos de Frei Roque do Espírito e de Frei Egídio da Aposentação do Museu Francisco Tavares Proença.
- D. Frei Fernando Rodrigues de Sequeira, 24º Mestre da Ordem de Aviz, (1387-1433.
- Notas e Documentos para a História dos Judeus e Cristãos-Novos em Castelo Branco.
- Noticia Histórica sobre a Fonte das Águas Férreas, em Castelo Branco.
- Registos Paroquiais Quinhentistas da Igreja de Santa Maria do Castelo da Vila de Castelo Branco.
- Subsídios para o Estudo da Toponímia Albicastrense do Século XV.
- Subsídios para o Estudo da Toponímia Albicastrense do Século XVI, Poetas do “Cancioneiro Geral” Ligados a Diversas Povoações do atual distrito de Castelo Branco.
- Vínculos Genealógicos que Liga o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco presidente cessante da República do Brasil à cidade de Castelo Branco”.
Manuel da Silva Castelo Branco, faleceu em Lisboa a 14 de outubro de 2014
Recolha de dados: Jornal "Reconquista entre outras páginas”
O ALBICASTRENSE

segunda-feira, dezembro 08, 2025

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE NO SÉCULO XVI - (III)

MANUEL DA SILVA CASTELO BRANCO 

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA TOPONÍMIA
 ALBICASTRENSE DO SÉCULO XVI
(Continuação)
(Continua)
O ALBICASTRENSE

terça-feira, dezembro 02, 2025

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE NO SÉCULO XVI - (II)

MANUEL DA SILVA CASTELO BRANCO 
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA TOPONÍMIA ALBICASTRENSE DO SÉCULO XVI

INTRODUÇÃO
O ALBICASTRENSE

terça-feira, novembro 25, 2025

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE NO SÉCULO XVI - (I)

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA TOPONÍMIA 
ALBICASTRENSE NO SÉCULO XVI


Recordar um excelente trabalho de Manuel da Silva Castelo Branco, sobre a toponímia albicastrense do século XVI. Estudo que bem merce bem ser conhecido pelos albicastrenses de hoje. Nesta primeira publicação, pode ler-se  a introdução do livro da autoria no nosso saudoso Ernesto Pinto Lobo, responsável pela saída do livro.
                            
O ALBICASTRENSE

segunda-feira, novembro 17, 2025

IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (5/5)

(Ultima) 
V- Na casa do lado do Norte da Igreja de Santa Isabel, que foi hospital do sexo masculino, foram instaladas duas escolas de ensino secundário: a Escola de Ensino Mútuo, criada por decreto de 15 de Novembro de 1834 e o Liceu Nacional, instituído por decreto de 17 de Novembro de 1836. Na casa do lado do Norte da Igreja de Santa Isabel, que foi hospital do sexo masculino, foram instaladas duas escolas de ensino secundário: a Escola de Ensino Mútuo, criada por decreto de 15 de Novembro de 1834 e o Liceu Nacional, instituído por decreto de 17 de Novembro de 1836. 
Estes dois estabelecimentos de ensino permaneceram no antigo hospital até demolição do edifício que se efetuou pouco tempo depois de 1850 por ele ameaçar ruína. O local ficou sendo um largo público e ainda hoje é conhecido pela designação de Largo da Escola.
Na casa do lado sul, que foi hospital do sexo feminino, esteve aquartelado, em 1834, uma companhia da Guarda Nacional, mais tarde esteve ali instalada uma escola primária do sexo feminino criada por decreto de 10 de Março de 1840 e depois funcionou ali o Tribunal Judicial até 1935, data em que foi transferido para o antigo edifício da Câmara Municipal situado no Largo da Sé. 
Na Igreja da Rainha de Santa Isabel existiram as confrarias da Ordem Terceira de S. Francisco e de Santo António. Após a transferência da Misericórdia para o convento da Graça, o santo lisbonense, que tinha outrora a sua imagem no altar colateral do lado do Evangelho, passou a ser o orago, dando origem à designação de Igreja de Santo António pela qual é hoje conhecido o velho templo consagrado à Rainha Santa. Durante a reedificação da Igreja, iniciada no século XVIII e terminada em meados do século XVIII, deu-se a transição do estilo arquitetónico do Renascimento para o barroco. 
A fachada principal evidencia esta transição apresentando ornatos que caracterizam os dois estilos sem que, todavia esta combinação afete a beleza das proporções e a elegância da decoração. Remata o frontão da fachada principal uma imagem da Rainha Santa Isabel e sobre a empena da capela-mor há uma imagem de S. Francisco. Ambas as esculturas, talhadas no granito regional de difícil trabalho, são relativamente são relativamente perfeitas. 
A fachada lateral do lado do Norte, posta a nu com a demolição da antiga enfermaria do sexo masculino do hospital da Misericórdia, efetuada em meados do século XIX, apresenta um espeto deselegante que não se harmoniza com o da fachada principal. 
Interiormente a igreja é dotada de dois altares colaterais além do altar-mor. 
O arco que separa a nave da capela-mor é de volta plena e esta apoiada sobre pilastras de granito. Os tetos de madeira da capela-mor e da nave são em abóbada e ostentam uma primorosa pintura do século XVIII que é uma notável preciosidade artística digna de ser cuidadosamente conservada. 
A reedificação deste templo, que foi primitivamente da invocação de uma venerável santa portuguesa e tem por orago um não menos venerável santo português. Foi feita nos séculos XVII e XVIII com dificuldades quase insuperáveis, com penosos sacrifícios da Misericórdia e da população de castelo Branco. Deve-se portanto, evitar a sua ruína, mantendo-a aberta ao culto e mandando proceder às indispensáveis obras de conservação.  
FIM
                Recolha de dados: “Castelo Branco na História e na Arte
                                           ”de Manuel Tavares dos Santos
                                                        O ALBICASTRENSE

sexta-feira, novembro 07, 2025

IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (4/5)

 (Continuação)
IV -  Todas estas diligências que fiz e respeito que me deu o Reverendo Prior de S. Tomé desta cidade, juro passarem na verdade pelo juramento dos Santos Evangelhos e pelo Hábito de Christus que professo”.
Lisboa, 9 de Janeiro de 1662. Miguel Achioly da Fonseca Castelo Branco.
Em 1620, sendo Provedor da Misericórdia o Bispo da Guarda D. Nuno de Noronha, foi lavrado um auto do qual consta que a Mesa fez vistoriar o edifício da rua de Ega, onde estava instalado o Hospital dos Convalescentes, por dois médicos que a declararam imprópria para nela poderem convalescer e alcançar saúde os enfermos e que muito melhor se fariam e mais acomodados ficariam se se fizessem em bom sitio”. O auto de vistoria foi enviado ao Rei D. Filipe I com uma pedição da Mesa para que lhe fosse concedido o rendimento das condenações e penas impostas pelo juiz de Fora, pelo espaço de cinco anos, para aplicar na edificação de casas próprias para Hospital junta da Igreja de Santa Isabel. O rei, por alvará de 3 de Março de 1620,fez as seguintes concessões:
Que o dito Hospital se possa mudar donde ora está para onde eles, suplicantes, têm assentado. E outros sim hei por bem de lhes fazer mercê por esmola que as pessoas que o Corregedor e Juiz de Fora da dita vila em seus juízes fizeram e condenarem causas as apliquem para as obras do dito Hospital por tempo de cinco anos, as quais penas farão pagar com brevidade, sem duvida nem embargo algum visto a necessidade que disse há.”
Com as receitas obtidas durante os cinco anos não consegui, a Misericórdia acabar as obras projetadas. Em 1735 a Mesa, pediu ao Rei D. João V, que lhe fosse concedido o subsidio do real de água da Câmara, para a conclusão das obras da reedificarão da Igreja e do Hospital anexo. Foi-lhe concedido esse subsidio durante quatro anos. Durante o lapso de tempo em que a Misericórdia recebeu as importâncias provenientes do imposto do real de água não consegui ainda ultimar as obras em curso. 
Em 1740, sendo Provedor Manuel da Fonseca Coutinho, a Mesa fez uma nova pedição ao Rei, dizendo que sem embargo de zelo e cuidado com que se tinha trabalhado na dita obra, ainda esta se não achava acabada e se tinha despendido não só a importância do dito real de água, que era de 1.414$104 réis, mas também a quantia de 1.747$800 réis de rendas da Misericórdia".
Alegando também a Mesa que a Casa não devia gastar nas obras o que era destinado aos doentes, solicitava ao rei a continuação do subsídio do real de água e, por alvará de 13 de Dezembro de 1740, foi-lhe deferido a pretensão. Conseguiu assim, a Misericórdia, a almejada conclusão das obras de reedificação da igreja e de construção do hospital, que haviam arrastado durante mais de um século.
De ambos os lados da igreja foram construídas enfermarias, destinando-se as do lado do Norte aos doentes de sexo masculino e as do lado Sul aos do sexo feminino. Por breves pontifícios de 2 e 3 de Outubro de 1777, de Pio VI, obteve a Misericórdia dois altares privilegiados: o da Visitação e o de S. João de Deus. Em 1798 já o hospital estava muito arruinado, necessitando de substituição dos pavimentos e dos tetos de madeira.
A Mesa reunida em 1 de Janeiro desse ano, deliberou mandar executar as obras necessárias, despendendo nelas a quantia de 300$000 reis que lhe havia sido legado em testamento em 1794, pelo benemérito Padre Manuel Mendes beato. A Santa Casa da Misericórdia esteve instalada nas dependências da Igreja da Rainha da Rainha Santa Isabel até ao ano de 1835. Tendo-se tornado insuficiente as instalações do hospital e aproveitando a circunstancia de haverem sido extintas em 1834 as Ordens religiosas deliberou, a Mesa, em sessão de 5 de Setembro daquele ano, dirigir às cortes uma representação solicitando a troca do edifício da Misericórdia pelo do convento de Santo António dos Capuchos. 
Não conseguiu, porém, o deferimento da pretensão e, em sessão de 6 de Outubro do mesmo ano resolveu pedir as instalações do convento da Graça. Foi concedida, pelo Ministério da Fazenda, em portaria de 9 de Julho de 1835, a permuta dos edifícios e, em portaria de 18 de Setembro do mesmo ano foi autorizada a transferência da Misericórdia para o antigo convento da Graça. Foram mudados os sinos e algumas imagens de santos, entre as quais a da Padroeira da Misericórdia.
(Continua)
   Recolha de dados: Castelo Branco na História e na Arte” de Manuel Tavares dos Santos
O ALBICASTRENSE

CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO

Do livro "SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA TOPONIMIA ALBICASTRENSE NO SÉCULO XVI", da autoria de Manual da Silva Castelo Branco, retirei o texto sobre o antigo convento de Santo António, que pode ser lido nesta publicação. 
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Foi fundado em 1562 o mosteiro de Santo António dos Capuchos por D. Fernando de Meneses, comendador e alcaide-mor desta vila. Este introito, fornecido em 1853 por Porfírio da Silva, sem esclarecer o fundamento de seu assento, vai ser repetido pelos seguintes autores, embora por vezes com algumas reservas, em virtude da inscrição latina existente no pórtico da entrada principal: “Este mosteiro, cujos fundamentos foram lançados pelos frades, foi depois continuado por António, o qual (mosteiro) durará para sempre…” 
Daqui, conclui António Roxo (1890) que o fundador de parte e não se doto o convento foi um António e não um Fernando.
O Dr. J. V. Mendes de Matos (1972) indica a mesma data da fundação, reportando-se á “Geografia Histórica” de D. Luís Caetano de Lima; e teria obtido idêntica informação na “Descrição corográfica do reino de Portugal”, por António 
de Oliveira e em outras obras congéneres, bem como, naturalmente, nas Crónicas da Ordem, de entre as quais me refiro apenas à “Crónica da província da Piedade, primeira Capucha de toda a Ordem e Regular Observância do nosso seráfico Pe. S. Francisco, por fr. Manuel de Monforte (1695).
Aqui se refere, entre outras coisas, que “na capela maior da igreja tem o dito fundador sepultura e sua mulher D. Filipa de Mendonça, com letreiro que o declara”. Assim o parece confirmar o seguinte registo paroquial da igreja de Sta. Maria de Castelo Branco: A 28.9.1643, faleceu D. António de Meneses, comendador e alcaide-mor desta vila, fez testamento; é seu testamenteiro D. Jerónimo Coutinho e herdeiro seu filho D. Fernando; jaz no convento de St. António na capela-mor em o carneiro que tem nela.
Talvez este D. António, filho, herdeiro e sucessor de D. Fernando, o indigitado fundador, tenha continuado as obras que seu pai patrocinara e, dai, a razão da Lápida atrás referida… Encontrei muitas outras notícias sobre o convento, quer nos registos paroquiais dos finais quinhentos, como provenientes de documentação diferente. Assim, no processo da Inquisição de Lisboa conta Brites Aires, vemos que, “a 14.4.1579, no mosteiro de Santo António da Ordem da Piedade da vila de Castelo Branco, dos muros para fora, estando ali o Ldº Marcos Teixeira, inquisidor, perante ele apareceram várias testemunhas… (Processo nº 1760)"
O ALBICASTRENSE

UM HOMEM QUE DEDICOU PARTE DA SUA VIDA A CASTELO BRANCO

MANUEL DA SILVA CASTELO BRANCO Sendo Manuel da Silva Castelo Branco o autor do trabalho que estou atualmente a publicar no blog, não podia d...